Soja dispara em Chicago e reacende planos de expansão no Brasil

30/06/2015 08:51

Aberta oficialmente nesta quarta-feira, a temporada 2015/16 começa com uma boa surpresa para o produtor: os preços internacionais da soja, que no final de 2014 trabalhavam no menor nível em quatro anos, retomaram o patamar dos US$ 10 por bushel. Em um mês, a oleaginosa ganhou quase US$ 1 na Bolsa de Chicago – valorização que, aliada ao câmbio, garantiu aumento de cerca de R$ 5 no preço da saca de 60 quilos nas principais praças de comercialização do país. Com o dólar sustentado acima de R$ 3, o mercado doméstico exibe cotações na casa dos R$ 70 para exportação. A mudança de ventos renovou o fôlego dos produtores e deu novo ânimo ao setor às vésperas da abertura da nova temporada. Na virada do ano, em meio à expectativa de um plantio recorde nos Estados Unidos, os preços internacionais da soja ameaçavam romper a barreira dos US$ 9 por bushel, levando algumas consultorias privadas a cogitar que o Brasil teria, em 2015/16, a primeira redução de plantio em quase uma década. Agora, o consenso é que haverá, sim, incremento, com previsões variando de 1% a 5%. “Acho que o que mudou é que se percebeu que os produtores vão investir menos para poder ter uma margem razoável e, nesses termos, a soja é um bom negócio”, explica a economista Natália Orlovicin, analista de mercado da FCStone. “Na pior das hipóteses, o cenário seria de estabilidade [na área plantada]. Mas, apesar de todos os transtornos, haverá crescimento. Pequeno, mas crescimento”, prevê Aedson Pereira, analista de mercado da Informa Economics FNP, citando o aumento dos custos de produção e a elevação das taxas de juros do Plano Safra como fatores que, teoricamente, poderiam desestimular o plantio. “Nunca acreditamos em redução. Mesmo com perspectivas de preços mais fracos caso não houvesse problemas de clima nos EUA, a psicologia do produtor brasileiro era que se Chicago não ajudasse o dólar iria ajudar”, concorda Steve Cachia, diretor de Inteligência de Mercado da Cerealpar. Agora, considera o analista, com Chicago em níveis melhores e indicações de preço para a safra nova ainda firmes, a ideia de que o plantio deve crescer de novo em 2015/16 ganha ainda mais força. Fonte: Agrolink