Por uma política de cotas para o arroz
Na abertura da colheita do arroz, neste final de semana, em Restinga Seca, foi iniciada, junto com a Federarroz e o Irga, uma grande mobilização em busca de apoio de todos os segmentos da sociedade organizada para convencer a União da necessidade de estabelecer cota de importação de arroz dos vizinhos do Mercosul. Medida que permitirá o planejamento da produção gaúcha, com foco na garantia de renda ao produtor, no abastecimento do mercado interno e na redução dos pesados investimentos que os governos fazem para "salvar a lavoura" sempre que há crise de mercado. Uma das leis do capitalismo é a "da oferta e da procura". Quanto mais oferta, menor o preço. Quanto mais procura, maior o preço. Na safra 2010/2011, com os estoques "cheios" e uma grande produção, o segundo maior item da produção agrícola do Estado chegou a ser vendido por R$ 18 o saco de 50 quilos. O custo de produção estimado era de R$ 25. Nesta safra, com produção ajustada às necessidades de consumo e os estoques reguladores adequados, temos excelentes preços, com o saco chegando a R$ 34. Não é a "invenção da roda". Diversos países, estrategicamente, planejam a produção. Conhecemos nossa capacidade produtiva, o consumo nacional e o potencial exportador. Definindo cotas de importação e períodos para que ocorram, poderemos criar - governo, produtores e entidades - um pacto que defina a área a ser cultivada. Evitaremos superproduções e estaremos "vacinados" contra oscilações para baixo dos preços, que ocorrem quando há grande oferta. Nas áreas tradicionais que não seriam semeadas, plantaríamos outros grãos, como soja e milho, utilizando tecnologias disponíveis que permitem a diversificação da renda com rotação de culturas. Fonte: Agrolink